O Hemocentro Regional de Pelotas (Hemopel) alerta para os baixos estoques de sangue A e O, ambos negativos. O apelo por doações é frequente, mas desta vez a situação é ainda mais complicada que a de costume. Na tarde desta quarta-feira (13), o estoque contava com apenas uma bolsa de O- e nenhuma de A-, segundo a assistência social da instituição. Para isso, campanhas on-line foram intensificadas e busca ativa para doadores estão sendo feitas por telefone.

De acordo com a assistente social Adriana Souza de Mello, os tipos negativos sempre são mais problemáticos. Por comparação, enquanto existe apenas uma bolsa de A e O negativos, os estoques de positivos giram em torno de 120. Agora, após período de feriados e com o final do verão, as procuras diminuíram. Ainda há quem costume doar frequentemente, mas é insuficiente. O consumo mensal gira entre mil e 1,3 mil bolsas, a maioria destinada ao Pronto-Socorro de Pelotas (PSP). Mas há também os municípios da região, igualmente abraçados pela instituição.

Os doadores são normalmente direcionados, ou seja, encaminhados por pessoas que necessitam do uso de bolsas de sangue e pedem doadores. Voluntários também fazem o seu papel. A busca ativa, por telefone, mapeia doadores que já estão aptos a retornar. Assim, a equipe do Hemopel liga para eles e convida a voltar a fazer a boa ação. Viagens a municípios da região também devem ser feitas, para angariar bolsas principalmente em quartéis. Além disso, há grande expectativa quanto ao retorno das aulas nas universidades, apostando nos trotes solidários como fator de apoio.

A ajuda, mesmo em pequenas quantidades, continua existindo porém. Nesta quarta, Dário Leitzke Perleberg, de 61 anos, foi doar. Um hábito que conserva desde 1982. Normalmente o faz quando é solicitado por algum conhecido, mas se percebe que faz um tempo que não doa, procura o Hemopel por conta própria. "É um alívio", garante, dizendo que a prática faz bem até a ele mesmo, por saber que está ajudando o próximo.

Uma chamada pelo Facebook foi quem levou a estudante Joice Rodrigues da Rosa, 21, ao Hemopel. Seu tipo sanguíneo, O-, era pedido na postagem. Ela, porém, estava em Pinheiro Machado, onde reside. Aproveitou que a mãe vinha para Pelotas e veio junto, para doar. "É muito bom. Nem tem como explicar. Se colocar no lugar do outro é importante", garante, revelando que costuma fazer a doação trimestralmente.

O Hemopel funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. No primeiro sábado do mês, também há atendimento, das 8h às 13h. Ele fica na avenida Bento Gonçalves, 4.569.

Quem pode doar?
- Pessoas entre 16 e 69 anos (menores precisam da autorização de pais ou responsáveis)
- Pesar mais de 50 quilos
- Apresentar documento de identidade com foto
- Estar bem alimentado, ter tido pelo menos seis horas de sono na noite anterior e não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 12 horas, além de evitar fumar uma hora antes.